quinta-feira, 24 de setembro de 2009


Um erro freqüente que vivenciamos na escola bíblica é a dicotomia entre teoria e prática. Por muito tempo se tem dito (incoerentemente, é verdade) que nossos professores falham porque desenvolvem aulas "teóricas", significando com isso que os alunos da EBD não se engajam em atividades práticas. Será?
Convém apresentar neste artigo, para esclarecermos a situação-problema de nossas atividades educativas na EBD, (1) o significado de aula teórica (ou melhor, o processo de teorização); (2) o significado de aula prática (que não é somente o momento de aplicar o que foi aprendido previamente pela aula teórica) e (3) mostrar a relação orgânica teoria-prática que deve reger nossos empreendimentos educacionais na escola bíblica dominical.

O processo de teorização na EBD

Uma aula teórica na EBD é aquela em que todos os alunos são convidados a uma reflexão própria sobre um problema comum, com ajuda das ferramentas da pesquisa científica. Para subsidiar este conhecimento advindo das ciências bíblicas como a hermenêutica (ciência da interpretação), a história (principalmente, a do povo de Israel – AT e do primeiro século – NT), a lingüística (que esclarece para o estudioso da Bíblia o significado das palavras originais: em hebraico e grego), por exemplo, a Escola Bíblica Dominical faz uso de uma revista, que por sua vez é um comentário de um texto bíblico.
A revista deve ser instrumento de auxílio e não o instrumento de ensino. A aula teórica deve partir da situação-problema enfocada no estudo em pauta. É o caso, por exemplo, na lição de 4 de janeiro da revista Atitude, destinada aos jovens, que tem por título UMA DIFÍCIL CHAMADA. Em vez de ensinar de modo descritivo sobre a chamada do profeta Oséias, o professor deveria levar o aluno a encarar as seguintes questões (situações-problema): O que dá legitimidade à minha relação com Deus? Como devo melhorar a qualidade de minha relação com Deus? Ao fazer isto, o professor instiga a curiosidade dos alunos, leva-os a pensar e a buscar soluções.
É interessante notar, a esta altura, que o processo de teorização não elimina necessariamente a possibilidade do trabalho prático. A aula teórica deve ser planejada para conseguir a participação ativa dos alunos. A fim de exemplificar esta afirmação, por que não pedir aos alunos que formulem um questionário, contendo possíveis respostas às questões principais da reflexão teórica proposta? Há muitas outras técnicas de pesquisa que podem servir a este propósito: biblioteca, dados estatísticos, correspondência, debates, discussões etc.
O próximo passo seria pedir que eles apresentem os resultados, comparando-os com a LIÇÃO EM FOCO (seção da revista em que o aluno se vê diante da aplicação prática do estudo). É nesse momento que os alunos organizam suas descobertas e demonstram o domínio dos conteúdos propostos pela aula. Os resultados, porém, devem levar a classe de volta ao processo de teorização, num ciclo educativo, pela formulação de novas questões (situações-problema).

Planejando a aula prática
O conceito de aula prática que se tem difundido envolve dois aspectos: fazer coisas e aplicar o que foi aprendido. Pode-se afirmar, entretanto, que estes aspectos acabam por reduzir a abrangência proposta por este processo de ensino.
Uma aula pode ser chamada ‘prática’ quando os alunos são levados ao contato direto com a realidade. Infere-se daí que ela não tem fundamentalmente que vir após a problematização (reflexão, teorização), podendo antecipá-la.
Para servir de exemplo, usemos a lição 2, de 11 de janeiro, da revista Atitude, UMA CONTENDA COM DEUS, que apresenta o texto bíblico de Oséias 4 a 6. O tema do estudo focaliza a indignação divina contra o pecado do povo, especificamente, pela desobediência aos mandamentos divinos contra a prática da idolatria.
O professor poderia começar com a seguinte atividade: Dividir a turma em equipes. Entregar a cada equipe massa de modelar e pedir que construam um ídolo. O professor, então, organizaria sua aula teórica para mostrar os resultados da prática da idolatria na vida da nação. Seria importante, também, perguntar aos alunos por que deram aquele formato específico ao seu ídolo? O que esperavam dele? Na aplicação, toda a classe chegaria à conclusão que há necessidades espirituais a serem preenchidas na vida de cada ser humano e, não oferecendo a Deus a oportunidade de preencher este vazio, surge a ocasião para o ídolo, o substituto para Deus.

A relação orgânica teoria-prática
Teoria e prática são partes do mesmo processo de ensino-aprendizagem. Não devemos teorizar sem levar os alunos a viver experiências práticas que modifiquem sua percepção de mundo. Devemos fazer com que os contatos dos alunos com a realidade provoquem questionamentos que devem ser respondidos no processo de teorização.
Não seria fantástico fazer com que nossas escolas bíblicas superassem a dicotomia teoria x prática e tivéssemos aulas que promovessem a interação destes elementos essenciais da aprendizagem?
Então, mãos à obra!

Davi Freitas de Carvalho
é pastor da PIB da Fazenda Botafogo, RJ,
e membro do corpo editorial da Juerp

terça-feira, 8 de setembro de 2009



Publicado originalmente no site da Revista Superinteressante.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

sábado, 8 de agosto de 2009




· Tamanho do texto grande e visível a uma boa distância da tela (2 metros).
· O texto deve ser escrito a tamanho 24 e o título a 44 (aproximadamente).
· O tipo de letra adequado para ser visto com nitidez é o Arial ou Verdana.
· Deve-se utilizar poucas cores e não demasiados tipos de letra.
· Utilizar a regra de 6 x 7, ou seja até 6 linhas por diapositivo e 7 palavras por linhas.
· O texto não deve ser muito comprido, ou seja, não deve ter nem muitos detalhes, mas sim simples e curto.
· O espaçamento entre linhas deve ser de 1,5 cm.
· As tabelas e os gráficos devem ter espaço com tamanho adequado e com fundos simples.
· Não se devem usar muitas imagens no mesmo slide, pois pode distrair.
· Deve-se usar efeitos sonoros apenas para quando é necessário
· Não usar o excesso de maiúsculas e de itálico e sublinhados
· Cor para chamar a atenção mas só uma!
· E espaçamento é importante, não muito pequeno!
· Utilizar numeração para listas ordenadas
· Se não for uma lista ordenada deve-se utilizar marcas
· Utilizar cores de letras claras e fundo escuro e vice-versa
· Cor com muito contraste!!!!!
· Tamanho de imagem conforme a sua capacidade de tamanho.
· Os conteúdos deve aparecer a medida que vamos falando
· Evitar demasiada informação num só click – chamada uma apresentação progressiva.

quinta-feira, 2 de julho de 2009


Fazer (ou mandar fazer) apresentações usando slides eletrônicos é uma realidade do dia-a-dia das organizações. Alguma vez você já terminou uma apresentação com a sensação de que:

- as pessoas nada entenderam?
- as pessoas dormiram?
- as pessoas não conseguiam acompanhar sua mensagem pela rapidez na apresentação dos slides?
- os slides não refletiam o que você estava querendo comunicar?

Você tem idéia de quantos slides deveria mostrar em uma apresentação de 30 minutos? Normalmente slides em apresentações representam um grande desperdício:

- Desperdício de tempo porque as apresentações são muito longas e as pessoas prefeririam estar trabalhando. Ou estar em qualquer outro lugar, menos ali na frente daquele telão.
- Desperdício de oportunidades porque um slide bem feito deveria ser uma ótima ferramenta de argumentação e exposição de idéias, mas poucos aproveitam a chance.
- Desperdício de motivação, já que uma boa apresentação, uma apresentação de fato EFICAZ, deveria fazer as pessoas AGIREM! E o máximo de reação normalmente é uma consulta ao relógio. Uma não, várias!

Então, o que é uma boa apresentação? Ao criar slides eletrônicos é preciso levar em conta três pontos igualmente importantes: conteúdo, layout e apresentação.

1) O conteúdo

Menos é mais! Quando for produzir um slide, considere:

* Uma boa apresentação deve ter pouquíssimos slides. Quanto menos, melhor! 10 slides é um bom número, QUALQUER QUE SEJA A DURAÇÃO DA APRESENTAÇÃO! Ninguém agüenta ficar olhando muito tempo para um telão. Se sua apresentação durar muito tempo, digamos 4 ou 8 horas, poupe os olhos da platéia. Crie dinâmicas, converse, debata, mas TIRE A IMAGEM DA TELA!
* O primeiro slide deve ser impactante. O último, inesquecível.
* Você quer estruturar bem sua apresentação? Não comece pelos slides, rascunhe em papel ou digite no Word os tópicos principais que você precisa abordar. E também os objetivos que você precisa atingir. Só aí pense em criar seu primeiro slide. Ah, se você usar o Word para estruturar sua apresentação, ele próprio pode depois criar – sozinho – seus slides PowerPoint. Mas este é assunto para outro artigo.
* Um bom slide deve exibir no máximo 6 informações. Um bom slide deve ser lido em até 9 segundos. É como se fosse um outdoor, você precisa ler tudo rapidamente enquanto passa de carro por ele.
* Em vez de frases, use palavras-chave. Elas auxiliam o apresentador a se lembrar do que falar e – mais importante – facilitam a memorização, pela platéia, dos conceitos mais importantes.
* Não corra o risco de ser insistente e chato: para que ficar repetindo o título da apresentação em TODOS os slides? Ora, se ali pelo terceiro ou quarto slide ninguém souber o assunto de sua apresentação, tem algo errado, concorda? Título deve aparecer só no primeiro slide, o de abertura. E talvez no último! Além do mais, sem o título, seu slide fica mais perto do limite recomendado de seis informações por slide.

2) O layout

Slide não foi feito para ser lido, slide foi feito para ser VISTO:

* Prefira figuras ou gráficos, EVITE TABELAS OU PLANILHAS! Ninguém consegue ler aqueles números minúsculos que muitos insistem em exibir!
* Não use marcadores (bullets), experimente colocar as informações em AutoFormas.
* Não use letras maiúsculas. Nem em títulos! A não ser quando você quer mesmo CHAMAR A ATENÇÃO sobre um assunto muito importante.
* Prefira fontes redondas, como Verdana, Arial ou Tahoma. Esqueça o Times New Roman, que dificulta a leitura em telão. Você sabia que o Verdana foi criado especialmente para telas e telões?
* Letras pequenas? Jamais! A fonte em um slide deve ter no mínimo 18pt. Mas este é um tamanho que você deveria usar uma única vez por ano. Ano bissexto! Que tal usar fonte 30 ou 40? Muito grande? Na verdade não, experimente! Até porque seus slides daqui para frente terão pouco texto, não é mesmo?
* Use e abuse de espaços em branco. Slides limpos proporcionam excelentes resultados.
* Deixe o layout falar. Em vez de tradicionais aspas, experimente negritos e tamanhos diferentes de palavras para separar título e detalhes, por exemplo.
* A TV tem horário nobre? O slide também tem! Não horário propriamente dito, claro, mas o local que todos enxergam primeiro: O canto superior esquerdo. É lá que devem ficar as informações mais importantes!

3) A apresentação

Anime a platéia, ANIME os slides! Mas, cuidado, ninguém agüenta mais aquelas animações primárias do tipo título que entra correndo ao som de um carro freando. Ou uma palavra entrando com piruetas no slide. Em vez disso, use animações de contexto, que ajudam na exposição de idéias:

* Exiba os elementos do slide por partes.
* Considere ocultar, e não esmaecer, os elementos já abordados, assim a platéia fica focada só naquilo que você está falando no momento.
* Estimule a participação das pessoas. Prepare slides que criem oportunidades de interação.
* Nunca, JAMAIS, leia o que está escrito no slide. A platéia sabe ler! Dê um tempo para que ela leia tudo antes e só depois converse sobre o que foi lido. Apresentadores que insistem em ler slides estão sublinarmente dizendo que a platéia não sabe ler. E você não vai querer passar esta mensagem, vai?
* Fique sempre atento ao tempo da apresentação: nem mais nem menos do que o planejado. Nada mais ineficaz do que correr no final só para exibir os slides restantes. Ou acabarem os slides e você ficar sem assunto...

Fazer apresentações é um desafio! E muito estimulante! Experimente colocar em prática estas sugestões. Você certamente colherá excelentes resultados!

Lembre-se de que tudo o que foi dito vale para quem vai fazer o slide, bem como para quem vai mandar fazer um slide.

Original em Instituto Jetro

quarta-feira, 18 de março de 2009


Bexiga Quente

Participantes: Recomendável menos de 20 participantes.
Duração: Até o fim da lista de perguntas.
Material: 4 bexigas, 2 de cadas cor, música, prêmios para os ganhadores.
Realização:
Realizar após a aula.

1 - Preparar uma lista de perguntas sobre a lição.
2 - Dispor as pessoas em um circulo fechado.
3 - Fornecer as bexigas de forma intercala, ou seja, Ex: Preta, pula algumas pessoa e fornece uma bexiga branca, depois pula algumas pessoa e fornece uma bexiga preta...
4 - Usar a música para iniciar e parar a brincadeira de passar bexiga um para o outro no sentido horário ou anti-horário.

Os pares de bexiga de cores diferente servem para que uma cor dê o direito da pessoa consultar o material que tenha disponivel ou não.
Por exemplo: A pessoa que ficou com a bexiga branca tem o direito de consultar o material para responder, a pessoa que ficou com a bexiga preta não tem o direito de consultar o material.
Inicia-se a brincadeira com a música, as bexigas são passadas de mãos em mãos, se uma bexiga branca se chocar uma preta a pessoa que recebeu as duas bexigas é retirada da brincadeira.
Pare-se a música e as pessoa que ficaram com as bexigas nas mãos tem responder as perguntas: Com bexiga branca pode-se consultar, com bexiga reta não pode-se consultar.
Segue-se na brincadeira até que todas as perguntas tenham sido feitas.
Em parelelo se faz a soma dos pontos de cada participante e no final os que obtiveram mais pontos tem o direito de escolher o prêmio primeiro.
Você pode colocar como prêmios: Bombons de vários tipos, chicletes, balas e etc...
Está dinâmica é ótima para ser realizada em uma aula de EBD e sair da rotina...

terça-feira, 10 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009


O presente texto é um resumo do capítulo 19, da obra "Psicologia do Ensino", de César Coll Salvador e Outros.

A escola é um espaço que contribui eficazmente como agente de socialização, promovendo a aquisição de valores, de comportamentos e de normas em seus discentes.
Os valores dão sentido, orienta e possibilita a tomada de decisões. Valores falam de referenciais, que norteiam padrões de conduta desejáveis para a manutenção da paz e bem estar social.
Os valores são representações construídas socialmente, condicionantes da percepção e representação subjetiva de mundo. São mutáveis, dependo do contexto cultural e pessoal dos sujeitos.
Nos objetivos da etapa do ensino fundamental, alguns valores podem ser encontrados. São eles: A autonomia e a iniciativa, a saúde e a higiene, a participação e a solidariedade, o respeito aos valores dos outros (tolerância), a responsabilidade, a convivência e a estima pela paz, a tradição histórica e cultural, a conservação e a melhoria do meio físico e natural, a identidade nacional e pessoal, o uso correto dos recursos materiais, técnicos e naturais, a sensibilidade estética, a criatividade, a conservação do patrimônio cultural, o respeito à diversidade lingüística e cultural dos povos e das pessoas. (Generalitat de Catalnya. Departamento de Ensino, 1992. Currículum. Educació primária p. 25.)
As atitudes fazem parte das características diferenciais da personalidade. Falam de ação do sujeito em relação a um objeto, situação, fato, pessoa ou conjunto de pessoas ou idéias. Formam-se a partir da experiência e ativam-se na presença do objeto.
As normas, sendo prescrições para ação de determinadas maneiras em situações específicas, regulam o comportamento individual e o coletivo, tornando as condutas previsíveis. As normas podem ser sociais (interiorizáveis) ou próprias (subjetivas).
Valores, atitudes e normas estão inter-relacionados. Dentro de um sistema cognoscitivo, evoluem e são sensíveis à influência externa, como também ao próprio desenvolvimento integral da pessoa. O sistema de valores pode ser social ou pessoal.

Desenvolvimento moral e aprendizagem de valores e de atitudes
Educação em valores éticos pode ser designada também de educação moral. Quando se fala de educação moral refere-se ao processo que caminha em direção a autonomia crescente, de crianças e jovens, de ação e de pensamento, de acordo com critérios morais pessoalmente configurados. A aprendizagem e o desenvolvimento moral são visto por diferentes perspectivas na psicologia. São elas: conformidade com as normas do grupo, regulação interna da conduta na ausência de sanções externas, conduta próssocial ou de ajuda, juízo e raciocínio moral.

A Aprendizagem e o ensino de atitudes, de valores e de normas
Destacam-se como estratégias de ensino mais adequadas para a aprendizagem das atitudes, dos valores e das normas, as seguintes: mostrar, explicitar e explicar as normas que regulam a vida coletiva para facilitar o conhecimento; Explicitar e fazer com que os critérios de determinadas decisões e a atuações sejam explicados, colocando em situações de decidir, de julgar e de atuar; Valorizar os comportamentos e as atitudes desejadas ou esperadas; Promover a contrastação de critérios e de opiniões; Planejar diferentes possibilidades e alternativas, valorizar para ajudar a valorizar os prós e os contra, ajudar a analisar os valores subjacentes com o objetivo de facilitar a assunção de valores, a construção de critérios próprios e a tomada de decisões por consenso; Criar espaços e momentos para falar, para intercambiar ou obter informação sobre como funcionam o mundo natural e o social, requisito prévio para compreender e valorizar atuações.
Técnicas concretas inspiradas nesses princípios podem ser utilizadas: o jogo de simulação, o jogo cooperativo, o estudo de casos, a discussão de dilemas, o esclarecimento de valores, o comentário de textos, etc. O ensino dos conteúdos pode ser via curricular (extrínseca e integrada) e institucional. Estas vias se complementam.
No conteúdo curricular variado, devem ser considerados: Valores e atitudes morais e globais (metas valiosas por si mesmas); Valores e atitudes subjetivos (que correspondem às valorizações, ao gosto e ao interesse individuais); Valores e atitudes implícitos nos eixos transversais do currículo; valores e atitudes relacionadas com a convivência realizada no centro educativo e na sala de aula; Valores e atitudes relacionados com o trabalho (ordem, rigor, representação, pontualidade, etc.) e atitudes que predispõem ao processo de aprendizagem; Valores e atitudes específicos das áreas de conhecimento.
Além da programação sistemática de conteúdos atitudinais, um clima de comunicação e a gestão cooperativa da aprendizagem são condições relevantes na aprendizagem de atitudes e valores. O papel do professor no desenvolvimento deste processo é fundamental. Concluo neste resumo, que em meio a uma sociedade pós-cristã e pós-moderna, onde a relativização, o hedonismo, a competitividade egoísta e o antinomismo imperam, o papel da escola é fundamental no processo de formação e desenvolvimento de valores. Penso também, que sem a participação efetiva dos pais na vida escolar dos seus filhos, e na consolidação dos valores que promovem o maior e melhor bem estar pessoal e social, iremos de mal a pior. É preciso que todos se mobilizem neste sentido, nesse momento de profunda crise ética e moral na história da humanidade. "E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem." (Rm 1.28-32)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


SALVADOR, César Coll et all. Psicologia do Ensino. São Paulo: Artmed, 2000. p. 322-329 

Blog do Pastor Altair Germano

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um erro freqüente que vivenciamos na escola bíblica é a dicotomia entre teoria e prática. Por muito tempo se tem dito (incoerentemente, é verdade) que nossos professores falham porque desenvolvem aulas "teóricas", significando com isso que os alunos da EBD não se engajam em atividades práticas. Será?

Convém apresentar neste artigo, para esclarecermos a situação-problema de nossas atividades educativas na EBD, (1) o significado de aula teórica (ou melhor, o processo de teorização); (2) o significado de aula prática (que não é somente o momento de aplicar o que foi aprendido previamente pela aula teórica) e (3) mostrar a relação orgânica teoria-prática que deve reger nossos empreendimentos educacionais na escola bíblica dominical.

O processo de teorização na EBD

Uma aula teórica na EBD é aquela em que todos os alunos são convidados a uma reflexão própria sobre um problema comum, com ajuda das ferramentas da pesquisa científica. Para subsidiar este conhecimento advindo das ciências bíblicas como a hermenêutica (ciência da interpretação), a história (principalmente, a do povo de Israel – AT e do primeiro século – NT), a lingüística (que esclarece para o estudioso da Bíblia o significado das palavras originais: em hebraico e grego), por exemplo, a Escola Bíblica Dominical faz uso de uma revista, que por sua vez é um comentário de um texto bíblico.
A revista deve ser instrumento de auxílio e não o instrumento de ensino. A aula teórica deve partir da situação-problema enfocada no estudo em pauta. É o caso, por exemplo, na lição de 4 de janeiro da revista Atitude, destinada aos jovens, que tem por título UMA DIFÍCIL CHAMADA. Em vez de ensinar de modo descritivo sobre a chamada do profeta Oséias, o professor deveria levar o aluno a encarar as seguintes questões (situações-problema): O que dá legitimidade à minha relação com Deus? Como devo melhorar a qualidade de minha relação com Deus? Ao fazer isto, o professor instiga a curiosidade dos alunos, leva-os a pensar e a buscar soluções.
É interessante notar, a esta altura, que o processo de teorização não elimina necessariamente a possibilidade do trabalho prático. A aula teórica deve ser planejada para conseguir a participação ativa dos alunos. A fim de exemplificar esta afirmação, por que não pedir aos alunos que formulem um questionário, contendo possíveis respostas às questões principais da reflexão teórica proposta? Há muitas outras técnicas de pesquisa que podem servir a este propósito: biblioteca, dados estatísticos, correspondência, debates, discussões etc.
O próximo passo seria pedir que eles apresentem os resultados, comparando-os com a LIÇÃO EM FOCO (seção da revista em que o aluno se vê diante da aplicação prática do estudo). É nesse momento que os alunos organizam suas descobertas e demonstram o domínio dos conteúdos propostos pela aula. Os resultados, porém, devem levar a classe de volta ao processo de teorização, num ciclo educativo, pela formulação de novas questões (situações-problema).

Planejando a aula prática

O conceito de aula prática que se tem difundido envolve dois aspectos: fazer coisas e aplicar o que foi aprendido. Pode-se afirmar, entretanto, que estes aspectos acabam por reduzir a abrangência proposta por este processo de ensino.
Uma aula pode ser chamada ‘prática’ quando os alunos são levados ao contato direto com a realidade. Infere-se daí que ela não tem fundamentalmente que vir após a problematização (reflexão, teorização), podendo antecipá-la.
Para servir de exemplo, usemos a lição 2, de 11 de janeiro, da revista Atitude, UMA CONTENDA COM DEUS, que apresenta o texto bíblico de Oséias 4 a 6. O tema do estudo focaliza a indignação divina contra o pecado do povo, especificamente, pela desobediência aos mandamentos divinos contra a prática da idolatria.
O professor poderia começar com a seguinte atividade: Dividir a turma em equipes. Entregar a cada equipe massa de modelar e pedir que construam um ídolo. O professor, então, organizaria sua aula teórica para mostrar os resultados da prática da idolatria na vida da nação. Seria importante, também, perguntar aos alunos por que deram aquele formato específico ao seu ídolo? O que esperavam dele? Na aplicação, toda a classe chegaria à conclusão que há necessidades espirituais a serem preenchidas na vida de cada ser humano e, não oferecendo a Deus a oportunidade de preencher este vazio, surge a ocasião para o ídolo, o substituto para Deus.

A relação orgânica teoria-prática

Teoria e prática são partes do mesmo processo de ensino-aprendizagem. Não devemos teorizar sem levar os alunos a viver experiências práticas que modifiquem sua percepção de mundo. Devemos fazer com que os contatos dos alunos com a realidade provoquem questionamentos que devem ser respondidos no processo de teorização.
Não seria fantástico fazer com que nossas escolas bíblicas superassem a dicotomia teoria x prática e tivéssemos aulas que promovessem a interação destes elementos essenciais da aprendizagem?

Davi Freitas de Carvalho
é pastor da PIB da Fazenda Botafogo, RJ,
e membro do corpo editorial da Juerp

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Jan Amos Komenský

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  1. Jan Amos Komenský, foi um bispo protestante da Igreja Moraviana, educador, cientista e escritor checo. Como pedagogo, é considerado o fundador da didática moderna. Wikipédia