terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Em pouco tempo a mídia se transformou e se reinventou como não poderíamos imaginar há algumas décadas. Com isso, as famílias ainda não tiveram tempo de estudar, analisar e compreender exatamente como trabalhar mídia e educação em seu lar. Mitos, verdades e informações controversas deixam o assunto ainda mais confuso. Com este texto, queremos que o leitor analise um pouco o poder que a mídia exerce em sua família para conseguir traçar estratégias para otimizar seu uso e também para diminuir seus efeitos negativos. Televisão, rádio, internet, celular e novas formas de informar se tornam parte de nossa vida quando menos esperamos e precisamos orientar e capacitar nossos filhos a lidarem com essa realidade, pois quando chegarem à fase adulta, independente das novidades tecnológicas, eles saberão fazer bom usos destes acessórios da vida moderna. Embora este texto seja mais voltado para os pais, famílias, acreditamos que os educadores também podem aproveitar as opiniões e informações deste texto.
Assim como toda novidade, muita barreira foi, e ainda é, criada a cada nova tecnologia que surge para as mídias. Quando relacionamos mídia e educação de seu filho, precisamos ser mais criterioso e não cair no erro de apenas repassar informações que, na verdade, não passam de opiniões isoladas. Basta lembrarmos que quando a internet surgiu, muitos cristãos “demonizaram” esta nova ferramenta de comunicação. Para muitos, a sigla WWW era uma alusão ao código da besta 666. Logo se viu que essa ferramenta poderia trazer muito mais benefícios do que malefícios ao cristão, desde que usada corretamente. Por isso, dizer apenas que este desenho ou aquele programa infantil vai “abrir brecha para o diabo” não tem sentido. Precisamos analisar o assunto com cautela, sob a Palavra sim, mas sob falsas “profetadas” não.

Para iniciar, efetivamente, o assunto mídia e educação, vamos definir o que sãos as mídias. Resumidamente, toda ferramenta que nos informa é um tipo de mídia. Jornal, tv, rádio, revista e celular são as mais comuns hoje em dia. Tecnicamente, as mídias se diferem em três categorias, eletrônicas, digitais e impressas. As impressas, obviamente, são as que passam pelo processo de impressão, como jornais e revistas. As eletrônicas são as mídias que nos comunicam de forma unidirecional, ou seja, não há interação com o receptor. É o caso do rádio, tv e cinema. Também podemos incluir dvd’s, por exemplo. Já as mídias digitais são aquelas que oferecem algum grau de interatividade, ainda que pequeno como compartilhar ou comentar. Basicamente, a internet é o principal item desta categoria. Os vídeo games, por exemplo, também estão incluídos nesta categoria. Celulares, tablete, computador e o que mais inventarem nesta “família” fazem parte das mídias digitais.

A mídia e o relógio
Talvez, a melhor forma de lidarmos com o assunto é analisarmos o tempo que nosso filho utiliza de mídias. É evidente que uma criança que utiliza as mídias por duas horas por dia será menos influenciada (positivamente ou negativamente) que uma criança que fica de cinco a seis horas por dia utilizando essa ferramenta. Portanto, o primeiro passo para analisarmos os reais efeitos da mídia na formação de seu filho é pensar quanto tempo ele utiliza as mídias. Se você acha que desenhos, programas, músicas e jogos podem ter influências negativas em seu filho, o primeiro passo é definir um tempo que seu filho terá acesso a estes conteúdos.
O grande problema da vida moderna é que tanto o pai como a mãe ficam muito tempo fora de casa e os filhos são incentivados a se distraírem com as mídias. O principal argumento é que “é melhor estarem em casa do que na rua”. O que não deixa de ser verdade para a maioria das famílias, mas estar em casa não pode se resumir a ver televisão, ficar na internet ou celular e jogar games. Além disso, mesmo quando estão em casa, pai e mãe preferem deixar seus filhos nas mídias eletrônicas e digitais a passar um tempo efetivo com eles, conversando, fazendo devocional, jogando um jogo de tabuleiro ou qualquer outra atividade como essas. O tempo escasso para administrar o tempo com os filhos se torna ainda menos produtivo porque os pais preferem priorizar o tempo para si do que para seu filho.

Mal uso da mídia
Um grande fator que faz que muitos jovens e crianças utilizem mal as mídias é que os próprios pais não sabem bem utilizar esta ferramenta. Se os próprios pais ficam mais tempo na tv e computador do que com outras tarefas, os filhos seguirão este modelo. Se os pais falam uma coisa e praticam outra, com o tempo, a criança vai seguir este mesmo molde. Discussões por causa de qual canal assistir, de quem é a vez de ficar no computador ou uso excessivo do celular tornam o relacionamento entre família e mídias ainda mais problemático.
Basicamente, como descrito anteriormente, a pior associação que podemos fazer entre mídia e educação é não definir tempo de uso e/ou utilizar mal este tempo. Deixar as crianças e adolescentes livres para usar as mídias é um desserviço na formação desta pessoa. Os pais precisam saber tomar as rédeas destas ferramentas em seu lar. Não apenas em relação ao tempo de uso, mas também à forma de uso. Quando definimos um tempo para as mídias, automaticamente, as crianças vão aprendendo a administrar melhor seu tempo utilizando estes recursos. Quando uma pessoa sabe que vai ter uma hora para ficar na internet, ela vai saber aproveitar melhor este tempo e não vai ficar ocioso na frente do computador. Sejam adultos ou crianças, a definição de um tempo melhor nosso foco.

Bom uso da mídia
Por outro lado, os exemplos de bom uso da mídia são incontáveis e faremos um outro texto apenas sobre o bom uso da mídia. Aqui vamos apenas apontar algumas direções para que o leitor comece a utilizar bem as mídias, tanto para si como para sua família.
Ao falarmos especificamente de mídia e educação, podemos lembrar que podemos começar a ensinar nossos filhos sobre o bom uso das mídias com alguns passos simples. Em primeiro lugar, como mencionado antes, o tempo é fundamental. Orientar e disciplinar nossa família sobre quanto tempo passaremos usando o computador, a tv ou o celular já é um bom início. Outra dica essencial é evitar o uso de celular em ambientes como escola e restaurante.
Algumas ferramentas para ensinar seu filho a começar a usar as mídias digitais com responsabilidade. Dependendo da idade de seu filho, você não precisa abordar todos os assuntos, mas algumas de nossas dicas são:
  • Como usar e-mail. O que é spam, perigos de vírus etc.
  • Fornecimento de informações. Perigos de repassar dados pessoais. Perigos de preencher formulários de sites.
  • Fóruns e comentários. Como comentar com educação e respeitosamente. Quando vale a pena fazer um comentário. Evitar discussões frívolas.
  • Diferenciar opinião e informação. Ensinar o que são blogs, portais de notícias e sites privados. Ensinar seu filho a diferença de um texto de opinião de um texto de informação.
  • Sites confiáveis. Ensinar sobre sites seguros. Sites de jornalismo que prestam informações confiáveis. Saber evitar sites com notícias sensacionalistas.
  • Sites de colaboração. Mostrar que sites como Wikipédia não são totalmente confiáveis porque todos podem mudar os textos.
  • Redes sociais. Não aceitar amizades de quem não conhecemos. Fazer publicações públicas, particular ou para grupo de amigos.
  • Pesquisas na internet. Como procurar em sites confiáveis e como fazer resumo de um texto da internet (não copiar e colar).
Como podemos ver, a mídia não precisa ser demonizada se usada com sabedoria. Para realizarmos uma correta utilização de mídia e educação basta compreendermos como essa ferramenta tem grande potencial para levar nossos filhos a conhecerem informações úteis e práticas, que lhes garantirão um desenvolvimento de vida saudável e equilibrado.

Publicado e copiado de Material Gospel


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